Editorial

Debates: sempre necessários

Sim, é compreensível. Talvez você, que neste momento faz a leitura do seu jornal, esteja contando as horas para o fim do período eleitoral. Afinal de contas, a atual campanha eleitoral não deixa de provocar um intenso desgaste em quem preza por se manter bem informado e, por consequência, tenta acompanhar aquilo que os candidatos fazem diariamente em busca de votos. Como essa disputa é, basicamente, uma batalha de acusações onde a expectativa de vitória está muito mais ligada às rejeições do eleitorado do que propriamente às virtudes, há expectativa que, a partir do momento em que as urnas trouxerem o veredicto, a temperatura arrefeça e os ânimos se acalmem. Se houver respeito à democracia e à vontade do eleitor, é essa a lógica.

Contudo, caro leitor eleitor, é preciso um último esforço. Uma nova dose de paciência cidadã. É que hoje e amanhã são os dias em que os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul e à Presidência da República, respectivamente, farão seus últimos debates. Embora todas as entrevistas, propagandas e embates frente a frente sejam importantes ao longo de uma campanha, é inegável que o último enfrentamento é aquele para o qual os postulantes aos cargos costumam guardar seus planos e argumentos principais, já que a partir dali pouco tempo resta para mudar o pensamento de quem vai às urnas. Se o desempenho for bom, alguns votos podem ser conquistados. Se for ruim, a reversão dependerá de muita agilidade e competência para conter os danos.

A lógica do segundo turno demonstra que tanto lá, na esfera federal, quanto cá, no âmbito estadual, os debates tendem a ser duros. Os encontros de Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), por exemplo, passaram a deixar de lado a diplomacia, priorizando adjetivos (nada favoráveis) em detrimento dos substantivos. Algo que já se vê há mais tempo na polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ainda assim, o dever com o futuro do Rio Grande do Sul e do Brasil exige mais um pouco de atenção em busca de propostas ou, ao menos, predicados que sinalizem dos futuros eleitos a capacidade de liderar governos cujas missões serão árduas, visto que 2023 não dá indícios de que venha a ser um ano sem crise econômica.

Tomara que os quatro candidatos - e todos os demais nos outros estados da federação - carreguem consigo esse entendimento, da responsabilidade que carregam, e façam valer o último esforço a ser despendido pela audiência dos debates. Estes confrontos frente a frente são um elemento fundamental da democracia e precisam ser tratados com a maior seriedade. O tempo, a atenção e o voto dos eleitores são muito importantes para serem perdidos.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

O que esperar do próximo presidente sobre o mercado de trabalho no Brasil?

Próximo

Limites do negociado sobre o legislado

Deixe seu comentário